Serin recebe movimentos de moradia da Bahia

Compreendendo a importância das lutas sociais no Brasil e na Bahia, o Governo do Estado, através da Secretaria de Relações Institucionais da Bahia (Serin), recebeu na manhã desta terça-feira (07), representantes de 14 movimentos que lutam pela moradia, reunidos no recém criado Coletivo de Resistência Urbana. Na oportunidade, foi apresentada uma carta com reivindicações ao Estado, contendo 10 pontos de pautas.

A movimentação é parte de uma pauta nacional de mobilização, reforçando uma Jornada Nacional de Luta, no 7 de maio, o qual denuncia a agenda do governo federal que segundo os manifestantes, “promove o retrocesso nas políticas de efetivação do direito à moradia digna e, ainda, promove a retirada de direitos trabalhistas e sociais”. Além de Salvador, outras oito capitais tiveram protestos: São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Maceió, João Pessoa, São Luís, Manaus e Goiânia.

De acordo com a coordenadora Executiva de Articulação Social (Coas), da Serin, Mary Cláudia C. e Souza, o momento é de reabertura de diálogos, positivo, sobretudo para a criação de alternativas com os órgãos e secretarias envolvidas nesse processo”, afirmou a coordenadora que ainda reforçou o valor do movimento: “Temos que reconhecer o valor e a importância dos movimentos pela moradia que, desde o governo de Wagner, vem construindo possibilidades e avançando, mas precisamos nos ater que o cenário nacional não é favorável. Vamos, mais do que nunca, encontrar brechas para que os movimentos sociais não sejam ainda mais penalizados”. 

De acordo com a representante da União Por Moradia Popular - Bahia, Marli Carrara, o objetivo da reunião é a criação de uma agenda de diálogo junto ao Governo do Estado, possibilitando fortalecer todos os grupos a nível Estadual. “Temos um movimento por moradia digno na Bahia, não fazemos concessão, mas sabemos conversar. Sendo assim, é preciso nos fortalecer, pois o governo federal dificilmente vai colocar dinheiro nos movimentos, estaremos perdidos. Não podemos esperar, a crise não vai passar, temos que articular ações. Temos proposições e levantamentos, mas precisamos ser ouvido”, pede Marli.

O assessor Especial da Serin, Marivaldo Dias, reforçou a importância do movimento e da abertura do diálogo com o Governo da Bahia e reforçou que é preciso analisar o cenário da luta pela moradia por um viés mais amplo, pensando novas estratégias para a luta, sobretudo após tentativas de sufocamento dos movimentos sociais realizadas pelo atual governo federal: “É fundamental nos atentarmos para a nova realidade brasileira no que tange às políticas de habitação popular e assim criarmos mecanismos em que o Governo do Estado seja protagonista na promoção de políticas públicas para essa área, ressaltando que é um papel do governo federal, mas, ante ao cenário atual, não vemos possibilidades de que essa pauta seja considerada”, analisa.

Alguns encaminhamentos foram dados, objetivando atendimentos com os representantes da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano  (Sedur) e  Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A  (Embasa), ainda este mês, com representantes da Serin. 

A reunião contou também com a mediação do chefe de gabinete da Serin, Jonival Lucas, de representantes da Embasa, Cláudio Fontes, da Sedur, Luiz Humberto Lisboa Castro (superintendente de habitação); e Paulo Cesar Cabral (coordenador de prevenção e mediação de conflitos fundiários urbanos). Ao final da reunião, a  deputada Estadual, Maria Del Carmen, se fez presente.